Entrevista com Bernadete Bruto

Além de escritora, quais suas outras atividades?

Exerço a profissão de Empregada Pública no Metrô do Recife onde trabalho desde 1984. Faço parte da diretoria da União Brasileira de Escritores, participo de outras associações como a Associação Museu da Cidade do Recife, A Confraria das Artes, Cultura Nordestina, Letras e Artes. Além disso, atualmente, estou fazendo uma especialização em escrita criativa, como forma de melhorar minha escrita.

Como começou o seu interesse pela área literária?

Iniciou em casa, com estímulo da família. Sou oriunda de uma grande família e havia o incentivo da leitura, valorização da nossa escrita. Fazíamos também dramatização em casa e minha mãe recitava muito bem. Comecei desde cedo recitando poeminhas infantis. Depois, escrevendo textos para a escola, para festividades familiares. Depois fui lendo poemas nos cadernos de uma irmã mais velha e enciclopédias. A escola também apresentava muitos poemas para lermos.

Quando você começou a escrever livros? E quando publicou o primeiro?

Meu primeiro livro, que é uma coletânea de poemas abrangendo 35 anos de minha vida, foi lançado em 2008, foi quando iniciei minha carreira de escritora.

Fale-nos um pouco dos livros que você lançou.

Em novembro de 2008 lancei meu primeiro livro, “Pura impressão”. É uma coletânea de poesias de autoria de Bernadete Bruto, que reúne 35 anos de sua história. O livro está dividido em cinco blocos nos quais as poesias são aglutinadas por temas. O livro é organizado de forma a mostrar a história de uma pessoa que inicia com as expectativas e sonhos de uma jovem e vai até a maturidade da mulher, que tem uma compreensão maior da vida e um acolhimento por toda sua história de vida.

Em junho de 2011 publiquei “Um coração que canta”. Ele traz, através de versos, a trajetória da autora em direção ao seu sonho de ser poeta. A história é dividida em três capítulos que têm nome de canções, cada qual aglutinando poesias em ordem cronológica, com a finalidade de apresentar a variação dos sentimentos pelo qual o indivíduo atravessa no decorrer de um caminho. O livro tem ilustrações que buscam retratar cada poesia, buscando completar o entendimento e visualização desse caminhar. Sumário da obra: Prefácio; Capítulo I - Coração Bobo; Capítulo II - O Tique Taque do Meu Coração; Capítulo III - Canta Coração.

Em abril de 2014 lancei “Querido diário peregrino”. 'É o terceiro livro da autora que também é uma coletânea de poesias organizadas de forma a parecer um diário pessoal. O livro complementa a ideia dos anteriores de contar uma história por meio de poesias e traz, desta vez, a história de um caminho percorrido pela poeta, que anda pelo mundo em busca de si mesmo, dos outros e do sentindo da vida. Desta vez, cada poesia traz uma fotografia para ampliar a visão e dividir um cotidiano tão comum às pessoas que habitam as cidades.

Em outubro de 2017 publiquei “A menina e a árvore”. É o meu primeiro livro infantil. Ele foi elaborado em parceria com meu filho com a intenção de comemorar o aniversário de 1 ano de minha neta Olívia. A história faz um paralelo entre o crescimento da menina e as modificações ocorridas na árvore Maple Tree ao longo das estações climáticas. Nesse passeio pelas estações, acompanhamos no tempo, o nascimento da menina até chegar a época de seu aniversário. Com esta história a avó pretende apresentar para sua neta a sabedoria da vida contida na natureza.

Em outubro de 2019 saiu “Sessenta e um poemas para uma vida”. É uma coletânea de 61 poemas com a finalidade de contar uma história e uma escolha de vida. Além de ser uma coletânea comemorativa para a passagem para uma idade que chama idosa. Além destes, participei de várias antologias. E, ao mesmo tempo, tenho atuado em várias performances poéticas.

Qual o seu objetivo como escritora?

Meus poemas são reflexões existenciais que faço com a finalidade de entender o mundo, me entender e até como catarse perante o atrito com a própria vida em alguns momentos. Primeiramente escrevo para mim e depois entrego com o desejo de “falar aos corações” na compreensão que nossas experiências são muito similares. Como poema é uma leitura que me agrada e me traz paz, beleza, consolo, assim pretendo que os meus proporcione, também, algo assim.

Qual a sua opinião sobre o mercado editorial brasileiro?

Ainda é muito seletivo e fechado. A sorte dos pequenos autores e editores foi o advento da internet, que de certa forma democratizou o conhecimento e a divulgação. Ficou mais fácil a divulgação, através de postagens e iniciativas particulares e de grupos.

O que a levou a apoiar o Mais Leitura? Como vê a ideia de trocar livros por alimentos e também de difundir a leitura entregando livros para quem ama ler, mas não pode comprá-los?

A leitura é a chave para melhorar o mundo. Através dela, abrimos nosso horizonte, aumentamos nossos conhecimentos. Ela é a porta para muitas soluções em nossa vida. Posso afirmar que a minha vida tem mais sentido, graças a leitura e escrita. Com elas tornei-me uma pessoa melhor. Por isso, não titubeei em colaborar quando verifiquei um projeto tão importante em prol da leitura.