Entrevista com Caroline Pestana

Fale-nos sobre a sua trajetória.

Venho de uma família muito trabalhadora, e desde pequena tive muito incentivo à leitura, ao estudo. Por mais que não tivéssemos livros, sempre íamos à biblioteca municipal, pegávamos emprestado com amigos, então a leitura sempre foi presente. Eu percebi que aprendia muito lendo, sobre o mundo e também sobre eu mesma, então comecei a escrever. Foi algo natural que evoluiu conforme eu crescia, e acho que especialmente depois de perder meu pai, me apeguei à escrita como o meio de colocar sentimentos sob outras perspectivas e analisá-los.

Além de escritora, quais suas outras atividades?

Hoje, eu sou universitária e faço estágio em um escritório de advocacia. Decidi cursar Direito por toda a base que o curso proporciona, e porque sempre tive contato com a área dentro de casa. Acredito que foi uma das melhores escolhas que fiz, pois o curso tem uma bagagem incrível, e me ajudou a pensar pontos de vistas diferentes, dialogar, tive experiências dentro da faculdade em que evoluí como oradora, experiências internacionais, e todo conhecimento que, com certeza, teve impacto na minha escrita.

Quando começou a sua paixão pelos livros?

Como eu disse, veio de berço. Minha mãe sempre leu muito e quando eu era pequena costumava ler para mim todas as noites antes de dormir. Assim que eu aprendi a ler, ela inverteu os papéis, me incentivando a ler para ela. Mas acho que a paixão surgiu com força nos primeiros livros em que me identifiquei em personagens, foi quando percebi o poder que a literatura tem.

Você acaba de lançar o seu primeiro livro, “Irreais versos reais”. Conte-nos um pouco dele.

O livro é um compilado de histórias diversas que, se você olhar atentamente, tem muito em comum. Gosto de dizer que são pequenas mostras das batalhas entre razão e sentimentos, percepções inerentes à existência humana. Eu sempre escrevi crônicas, tenho uma queda por histórias curtas, e selecionei algumas que me marcaram nos últimos anos, junto a poesias que sempre me acompanham, para elaborar a obra.

Como está sendo a experiência? Como tem sido o retorno do público?

Eu estou bem surpresa com o apoio que tenho recebido. Há alguns anos trabalho em romances e sinto uma certa dificuldade em mostrar os textos, resquícios de um perfeccionismo que tento equilibrar. Apostei nessa primeira obra exatamente para quebrar esse receio, disposta a ouvir o público e entender se meus textos são bem aceitos ou não. Todo dia tenho surpresas com relatos de pessoas que se identificam com personagens, como um todo tem sido um incentivo enorme para continuar o trabalho.

Você o publicou por alguma editora ou de forma independente? 

Eu publiquei o livro de forma independente, especialmente por se tratar de uma coletânea, quis que fosse um trabalho bem artesanal. Prezei, obviamente, pela qualidade, mas tentei trabalhar sozinha no todo e fiquei muito contente com o resultado.

Como você divulga o seu trabalho?

O meio principal tem sido as redes sociais. Acho que elas oferecem essa proximidade com os leitores, algo que não existia no passado e vejo que os escritores que sabem utilizar essas ferramentas têm bons resultados. Todos os dias publico poesias inéditas nos meus perfis, compartilho eventualmente textos em meu blog e divulgo o livro de forma direta. É um trabalho contínuo mas é interessantíssimo ter essa proximidade com os leitores.

Algum novo projeto ainda para 2020?

Bom, o “Irreais versos reais” acaba de ser lançado, ele foi o grande projeto de 2020, e agora estou com o foco em divulgá-lo. Mas, como disse, trabalho em romances já há alguns anos e continuo nessa jornada. Espero em breve publicar meu primeiro romance, mas é um tipo de obra que demanda ainda mais esforço e técnica, então tenho investido em muito estudo para aprimorar a minha escrita.