Entrevista com Gilmar Delvan

Qual a sua formação?

Sou formado em Ciências Econômicas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS – São Leopoldo, RS. Tenho pós-graduação em Perícias e Avaliação de Empresas pela UFRGS. Trabalhei 30 anos na Caixa Econômica Federal e atualmente sou bancário aposentado, porém ainda exerço atividade profissional em empresa própria.

Qual a sua trajetória como escritor?

Sempre gostei de escrita e leitura. Na infância com a ausência de televisão e internet, lia muito, desde histórias em quadrinhos até livros retirados na biblioteca da escola, onde sempre encontrava os grandes clássicos da literatura juvenil.

Todavia, só iniciei em oficinas literárias em 2005. Após aquela primeira, participei de várias outras para aprimorar a escrita e criar desenvoltura na produção de textos. Acho muito importante essa prática junto com outras pessoas e com a supervisão de quem já é notório conhecedor do assunto. A troca de experiências e a avaliação dos instrutores e demais colegas é essencial para termos um feedback instantâneo do que estamos produzindo.

Quando você publicou o seu primeiro livro?

O primeiro livro solo publiquei em 2016, mas antes disso já havia participado de várias coletâneas de contos e até de romances escritos em conjunto com outras pessoas.

Quais livros você já lançou?

Sou coautor de “Entre o Senha e o Guaíba” (2011 - Contos em português e francês), lançado na Feira do Livro de Porto Alegre e em Paris; “Banco não dá bom dia” (2008 - romance histórico sobre o Sindicato dos Bancários de Porto Alegre); “Palco histórico da feira do livro” (2011 - contos sobre os lugares históricos que circundam a praça onde até hoje acontece a Feira do Livro de P. Alegre; “Água, elemento essencial da vida” (2015 - contos sobre a importância da água); “Nos caminhos do Banrisul” (2010 - romance histórico sobre o Banco Banrisul); “Metamorfoses” (2016 - Contos); “Poesia e Declamação” (2018 - livro de poesias com vários autores); além de ter obras publicadas na série Talentos da Caixa, coletânea editada pela Caixa Econômica Federal.

Meu primeiro livro solo, RAIDMAN (2016), conta a história real de um alemão que veio para o Brasil na década de 1920 e resolveu percorrer o mundo rolando um barril (e vivendo dentro dele), acompanhado da esposa e uma filha de 3 anos. Esse fato ocorreu entre 1931 e 1932 e a pesquisa foi efetuada em jornais da época.

Quais as maiores dificuldades que os autores iniciantes enfrentam?

A dificuldade maior, a meu ver, está no fato de, por não serem ainda conhecidos, acabam por investir muito dinheiro na publicação do livro e não ter o retorno esperado num prazo curto a médio. As editoras não se preocupam muito na distribuição, deixando essa providência para os autores que consideram de maior vendagem, o que acarreta ao autor iniciante o encargo de divulgar e distribuir seus livros por conta própria, o que às vezes se torna um trabalho de formiguinha.

Como você faz para divulgar os seus livros?

Participei em feiras, palestras em escolas, e eventos junto com outros autores, mas, por exercer outras atividades não dedico muito tempo à divulgação do livro.

Algum novo projeto literário para os próximos meses?

Sim, estou com um livro pronto mais ainda não publicado. Trata-se de um romance histórico, também. Estou iniciando a escrita de um novo livro, mas ainda está na fase embrionária.

Qual a sua opinião sobre o projeto Mais Leitura que visa incentivar a leitura? Por que você decidiu apoiá-lo?

O projeto é surpreendente e vem em boa hora. No momento que o país atravessa uma crise cultural, entre outras, em que são atacados os artistas, professores e divulgadores da cultura, considero esse trabalho desenvolvido pelo Mais Leitura uma verdadeira frente de resistência.

Todos sabemos que a leitura forma as opiniões e permite o conhecimento da história. Um povo que não lê e não conhece sua própria história acaba por repetir erros que levaram a humanidade a grandes crises no passado. Não podemos desistir da luta, e os livros são a maior arma que podemos utilizar nessa guerra contra a alienação.

Por esses motivos decidi apoiar o projeto, após receber o contato do idealizador.