Entrevista com Marta Niemeyer

Qual a sua trajetória?

Sempre trabalhei com crianças, assim que cheguei ao Rio de Janeiro fui ser babá, posteriormente cheche e mais tarde Kumon. Durante aquele período fiz um curso de contadora de histórias e me apaixonei pela arte , na verdade este encanto era uma pequena brasa escondida sob o borralho, o curso foi um assopro. Cresci ouvindo meu saudoso pai contar-nos belíssimas histórias após o jantar enquanto aquecíamos nossos pés no entorno da fogueira ao chão da cozinha. Inverno em Minas Gerais é bastante frio. Nasci em Senador Firmino. Participei de um projeto Bairro Educador da Secretaria de Educação do Município do Rio de Janeiro em 2009 nas escolas e creches. Ministrei oficina de contação de história na Biblioteca da Paróquia São Camilo em 2017-2018. Jurada no Festival de Literatura e Artes da editora Leia-Livros em 2019. Coautora na coleção SUI GENERIS em quatro antologias com cartas e poemas.

Quando surgiu a vontade de escrever livros? E quando publicou o primeiro?

O desejo de escrever livros surgiu assim que que iniciei o curso de contadora de histórias em 2005. Com o exercícios da leitura fui percebendo a necessidade de escrever mais e mais. Eu conversava muito com a professora sobre meu desejo de publicar um livro e ela me encorajava muito, eliminava algumas dúvidas. O primeiro livro foi publicado dia 31 de janeiro de 2015. 

Quais livros você lançou?

Meu primeiro livro foi “Borboleta Biruta”. Ele inicia-se com a história de sua mãe que cansada de viver na floresta Alto da Boa Vista resolve descer pelos bairros da cidade onde a vida é mais animada. Vai descendo, descendo e acaba chegando no parquinho do Maracanã ali constrói sua moradia... Um dia nasce a Borboleta Biruta e fica assustada com o barulho no estádio em dias de jogos, sai perdida, desnorteada e cai dentro da sacada de um apartamento...

O livro “As Mordidas do Tio Pastor Alemão” foi lançado na Bienal RJ 2015. Ele conta um pouco a história da autora. Ela sofrera muito na infância com um tio paterno que gostava de morder seu braço. Ela tinha muito amor e carinho pela vó, sempre que ia visitá-la chegava preocupada imaginando encontrar o tio, já sabendo o que estava por vir. Suas mordidas deixavam marcas dos dentes e doía muito. Ninguém fazia nada para defendê-la. Um dia ela reagiu passando pimenta malagueta nos braços. Nunca mais foi mordida!

O livro “A Coelhinha Valente” foi produzido no fim 2018. Seu lançamento em fevereiro de 2019. Conta a história da coelhinha empresária que tem um restaurante. Um dia ela vai ao supermercado fazer as compras para o almoço na saída encontra o espaço vazio onde deixou seu carro estacionado. Bate aquele desespero e começa perguntar uns e outros se o carro foi roubado...

Quais seus próximos projetos? Alguma nova publicação prevista?

Pretendo reaver um programa iniciado em 2019 que por problemas pessoais tive que interromper, trata -se de voluntariado atividades com contação de histórias para deficientes visuais. Estou escrevendo minha biografia, se tudo correr bem pretendo publicá-la no fim do ano. O próximo livro infantojuvenil tem o título de “Reino Encantado” e vem com uma novidade: lança uma nova escritora, minha sobrinha-neta Janaína Pereira com 13 anos, nascera em Juiz de Fora e residente em Ubá (MG), seu texto é lindo. Está na editora deve ser publicado até fim de fevereiro.

Como você divulga os seus livros?

Pelas redes sociais Facebook Marta Maria Niemeyer, Instagram Marta 373, WhatsApp (21)991430908, página Divulga Escritor ou revista que faz parte da mesma e pessoalmente nas apresentações contando histórias. Atual editora ajuda muito anunciando em sua página. Pretendo publicar o próximo "Reino Encantado" online assim como foi “A Coelhinha Valente”.

Como você analisa o mercado editorial brasileiro?

Passa pelos mesmos problemas que os demais setores devido a crise que nosso país passa. Quem sofre as consequências são os escritores e leitores. Nem todo leitor é escritor, entretanto todo escritor é leitor. O livro se torna caro para quem compra e barato para quem vende... Pouco valorizado... Um saco de pipoca no cinema de 20 reais não é caro, mas um livro por 20 é.

O que a levou a apoiar o projeto Mais Leitura?

Tenho o hábito de participar dos projetos em final de ano com instituição filantrópica e dou preferência aquele que me encanta. Fui procurada por vocês e me emocionei com a ideia. Só não enviei um número maior de livros porque tivemos gastos inesperados. Como já disse o projeto de vocês é encantador. Amo ver a criançada lendo! Os adultos também.